sábado, 18 de junho de 2011

reunião itinerante . CEU Meninos

Na última sexta-feira, dia 17 de junho, a equipe Sul 1 (que se reúne regularmente às sextas-feiras no CEU Caminho do Mar) fez sua primeira reunião itinerante. Fomos para o CEU Meninos, onde estiveram conosco a Lilian Morais (coordenadora de cultura do CEU), o Rodrigo (técnico de luz do CEU e diretor do grupo Os Perturbados, que tem orientação de dança e de teatro pelo Vocacional) e o Fábio (técnico de som do CEU).
Seguem os textos que levamos para disparar nosso bate-papo.
Em breve, também, imagens dos recortes fotográficos que fizemos, em uma rápida caminhada pelo CEU Meninos.

“Em geral, mantemos o corpo adormecido. Somos criados dentro de certos padrões e ficamos acomodados naquilo. Por isso digo que é preciso desestruturar o corpo; sem essa desestruturação não existe nada de novo. Desestruturar significa, por exemplo, pegar um executivo ou uma grã-fina, desses que buscam as academias de dança e, colocando-os descalços na sala de aula, fazer que dêem cambalhotas. Esse é o caminho para a desestruturação física, que dá espaço para que o corpo acorde e surja o novo. No fundo, é uma mudança de ritmo: se vou todos os dias pelo mesmo caminho, não olho para mais nada, não presto atenção em mim ou no ambiente. Mas se penetro numa rua desconhecida, começo a perceber as janelas, os buracos no chão, despertando para as pessoas que passam, os odores, os sons. Se o corpo não estiver acordado é impossível aprender seja o que for.”
(A Dança, Klauss Vianna)

(...) A crítica de Paulo Freire aos processos de ensino e aprendizagem da leitura da palavra feita nas décadas de 1960-70 e que se estendem até hoje não pode ser mais ignorada pelo universo da dança - ensinar e aprender a ler é um ato eminentemente comprometido com as relações sociais, com a vida em sociedade, com estar no mundo e vivê-lo conscientemente. Ler não é passar por cima das palavras, dizia Freire. Passar por cima das palavras sem entendê-las, sem pensá-las ou sentí-las, sem criticá-las e relacioná-las a um contexto maior é uma atitude absolutamente ingênua - ou perversa - nos dias de hoje.
Parafraseando Paulo Freire, ler a dança também não é passar por cima dos passos e dos movimentos, decorá-los e usá-los corretamente nas apresentações de fim de ano. Ler uma dança não é o mesmo que possuir habilidades corporais e técnicas específicas, vocabulário preciso ou o código padrão aprovado pelo senso comum para reproduzir coreografias prontas. Ler criticamente a dança -  dançar, assistir, compor, pesquisar, produzir, ensinar - passa por outros caminhos que não o da memorização surda, da cópia inconsciente, da reprodução mecânica.
Nessa linha de raciocínio, "não fazem sentido" processos de ensino e aprendizagem da dança que não proponham múltiplas leituras críticas com/do mundo. "Não fazem sentido" processos de ensino e aprendizagem da dança que não (re)tracem teias claras, abertas, flutuantes e significativas entre seus atores - alunos, professores, diretores, coreógrafos, intérpretes, apreciadores, pesquisadores, produtores - e as redes sociais globais. (...)
Em outras palavras, não basta nos jogarmos no suor da dança, nos embriagarmos de experiências visuais ao assistir a danças, termos êxtases criativos ao produzir, compor e pesquisar. As relações dessas experiências e experimentações, certamente articuladas para que permitam e se abram também para leituras possíveis de mundo. (...)
(Linguagem da Dança - Arte e ensino, Isabel Marques)

Uma ação cultural de criação é um processo coletivo e interativo, aberto para a criação. Nela, o mais importante é envolver as pessoas, ampliando suas oportunidades de diálogo, de reflexão e de construção de sentido para além daquilo que lhes é dado.
Segundo Teixeira Coelho, ela pode partir das mais diversas formas, como de um espetáculo, de uma exposição, de um evento público, pois o termo criação não corresponde à construção física de uma obra, mas a todas as relações das pessoas entre si e com o produto cultural de forma a criar as condições de reflexão e de expressão cultural.
Na ação cultural de criação, diferente de ações culturais convencionais, não existe um fim pré-determinado, previamente estabelecido e controlado, como o consumo de um livro, de uma peça teatral ou de uma idéia, mas um conjunto de possibilidades que permite mais largamente o envolvimento, a apreensão do novo, o entendimento e a satisfação.
Por isso, se diz que a ação cultural de criação existe como uma aposta, por que ela deve trabalhar com o imprevisto, o inesperado que surge no processo com a ação das pessoas que dela participam. Ou seja, tudo aquilo que surge a partir da proposta inicial, pode ser incorporado como parte da ação, deixando o público de ser meramente consumidor para ser agente de transformação.
(Ação cultural de criação: espaço aberto para a renovação do conhecimento, Projeto Curiaca. Porto Alegre/RS)

   

3 comentários:

Anônimo disse...

eu acho legal essas coisas de grupos até pensei em participar de um deles mas eu acho que tem que ter muita responsabilidade para fazer essas coisas e eu NÃO TENHO CAPACIDADE PARA ISSO

Anônimo disse...

eu acho legal essas coisas de grupos até pensei em participar de um deles mas eu acho que tem que ter muita responsabilidade para fazer essas coisas e eu NÃO TENHO CAPACIDADE PARA ISSO

VANESSA DE 10 ANOS
DIA 30 DE SETEMBRO DE 2011.

Anônimo disse...

EU DOU OS PARABÉNS PARA ESSAS EQUIPES ELAS SÃO LEGAIS E ELES TEM UMA CAPACIDADE ENORME TCHAUUUU!!!!!